Decisão judicial a gente cumpre, mas discute também. Ou debater e opinar agora são crimes, ao contrário de corromper, ser corrompido, superfaturar obra, lavar dinheiro, formar quadrilha e outras “bobagens” mais?
O Supremo, há muito, deixou de ser uma casa jurídica para se transformar em casa política. Uma espécie de extensão do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Em muitas das vezes, não se julga, se legisla.
A Operação Lava Jato demoliu a quadrilha criminosa do Petrolão, liderada pelo meliante de São Bernardo, Lula da Silva, conforme acusação do Ministério Público Federal. E expôs os amigos do Poder à sociedade.
Muitos deles – os tais amigos do Poder – foram presos. Muitos pagaram multas bilionárias. Outros confessaram seus crimes. Mas muitos não poderiam ser pilhados sem que o troco viesse… a cavalo! E ele veio.
Não se mexe com a elite empresarial e política corrupta deste país impunemente, não. Muito menos em nível federal, quando togas gratas podem exercer gratidão, e quando favores são sempre lembrados e cobrados.
Renan Calheiros é um exemplo. Guido Mantega é um exemplo. Emílio Odebrecht é um exemplo. Uns nem sequer foram julgados. Mas nenhum deles está ou estará à altura de Lula, o condestável da República.
O ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro) é o Olimpo da intocabilidade. Da impunidade, então, nem se fala. Seu santificado nome fora associado à corrupção; isso é imperdoável!
Malditos sejam os que ousaram macular o padrinho político de Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. Mais malditos ainda se forem os mesmos que mancharam a honra de Aécio Neves e Michel Temer.
Malas e apartamentos abarrotados de dinheiro; testemunhas oculares, primos, esposas, réus confessos; provas materiais inquestionáveis; depoimentos demolidores. Foi tudo armação de juízes e procuradores suspeitos.
Pobre Sergio Moro. Pobre Deltan Dallagnol. Pobres integrantes da Força Tarefa da Lava Jato. Ou melhor, pobres nada. Suspeitos, isso, sim. Logo serão criminosos e estarão na cadeia no lugar dos santos injustiçados.
Gilmar Mendes está de parabéns! O Brasil é mesmo uma desgraça!
Por :Ricardo Kertzman /ISTOÉ