Os deputados estaduais Sandro Régis (Democratas), Junior Muniz (PP) e Dal (PP) criticaram nesta segunda-feira (24) a declaração do secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas sobre a possibilidade de fechamento de fábricas de cerveja na Bahia. Em comunicado, os parlamentares classificaram a fala como infeliz e pediram mais responsabilidade do gestor.
Eles lembraram que a Bahia foi o estado com maior queda na produção industrial em janeiro deste ano, com redução de 3,2%, superior à média do país, que foi de 2%. Além disso, o estado segue no topo do ranking de desemprego. Após a declaração de Vilas-Boas, o governador Rui Costa (PT) negou a possibilidade de fechamento das fábricas de cerveja.
“O secretário precisa ter mais responsabilidade com suas declarações. Estamos vivendo uma crise sanitária e econômica muito grave, sem precedentes. Esse tipo de fala, além de ser completamente alarmante, é um desrespeito com o setor industrial baiano e, aparentemente, coloca a culpa nas cervejarias pelo aumento dos casos de covid-19 no estado”, informaram os parlamentares.
“Neste momento delicado, uma declaração como essa pode causar uma situação de instabilidade ainda maior em um cenário que já é muito ruim. Não podemos esquecer também que o setor cervejeiro é um dos destaques da economia da Bahia. Inclusive, recentemente um grupo empresarial anunciou investimento de R$ 250 milhões para uma nova fábrica no estado. O secretário parece ignorar isso”, acrescentaram os deputados.
Por fim, eles ponderam que a declaração de Vilas-Boas “demoniza” um setor tão importante para a economia do estado. “O secretário deveria falar mais em conscientização, na importância do distanciamento e do isolamento social, mas não atacar o setor cervejeiro como fez”, frisaram.
Declaração
O secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, falou nesta segunda-feira (24), durante entrevista à TV Bahia, sobre a possibilidade de fechar as fábricas de cerveja no estado como uma forma de tentar acabar com as aglomerações. Já que, na sua avaliação, a bebida é o combustível para a realização dos encontros ilegais.
“O jovem tem a sensação de que nada vai acontecer com ele, de que pode tudo e que nada o fará mal. Isso é típico de quem está entrando na fase adulta. É o super-homem, acha que melhor que todo mundo, que se pegar covid vai sobreviver. Essa sensação é o pano de fundo de quem está nesses paredões. Infelizmente é a questão da venda da bebida alcoólica [que influencia as festas]. Vai chegar um momento que nós teremos que proibir a comercialização de bebidas, chegará o dia que nós vamos ter e fechar fábricas de cerveja na Bahia”, disse o gestor.
Por: Redação Bnews