Movimento pró-democracia de Hong Kong anuncia dissolução

A Frente de Direitos Civis Humanos (CHRF), uma coalizão por trás dos gigantescos protestos pró-democracia em Hong Kong em 2019, anunciou sua dissolução neste domingo (15), citando a repressão contra a contestação no território chinês semi-autônomo.

“A sociedade civil enfrenta desafios sem precedentes”, explicou o movimento em um comunicado.

Fundada em 2002 e defendendo a não violência, a CHRF está na origem de muitos protestos organizados em Hong Kong, incluindo os de 2019 que reuniram mais de um milhão de pessoas nesta cidade de 7,3 milhões de habitantes.

Desde então, essas manifestações, às vezes violentas, conduziram a uma forte reação do poder central chinês.

Neste sentindo, Pequim impôs uma lei de segurança nacional em 2020 que, de fato, criminaliza a expressão de qualquer forma de oposição em Hong Kong. Mais de sessenta pessoas foram presas em virtude deste texto.

Muitos membros da oposição e capitais ocidentais acusam Pequim de remodelar a ex-colônia britânica a sua imagem, encerrando com o princípio “Um país, dois sistemas” que configurou a transferência do território em 1997.

A China, por outro lado, afirma que a lei de segurança nacional era necessária para restaurar a ordem em Hong Kong após os protestos de 2019.

A maioria dos ativistas da CHRF foi presa, incluindo os ex-líderes do movimento Jimmy Sham e Figo Chan.

Cerca de trinta outras organizações da sociedade civil já se dissolveram por medo da repressão, de acordo com uma contagem atualizada pela AFP.

Em 10 de agosto, o maior sindicato de Hong Kong, o Sindicato dos Professores Profissionais (PTU), com 95 mil membros e que também desempenhou um papel importante no movimento pró-democracia, foi derrubado.

Poucos dias antes, a mídia estatal chinesa havia publicado artigos sobre o sindicato, chamando-o de “tumor maligno que deve ser removido”.

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Fonte Yahoo!Notícias