O secretário municipal de Saúde de Salvador, Leo Prates, foi às lágrimas na manhã desta segunda-feira (10), durante uma coletiva de imprensa no Palácio Thomé de Souza, enquanto falava sobre as consequências da pandemia da Covid-19, que já dura quase dois anos.
O gestor, que estava ao lado da sua esposa, que é epidemiologista, abriu o evento falando sobre as consequências econômicas causadas pela pandemia. Ele lembrou um episódio em que uma família revirou o lixo para conseguir garantir a alimentação do dia, e se emocionou.
“Eu não estou me colocando como secretário de saúde , estou me colocando como deputado e cidadão. Esse é o momento em que a miséria se alastra pelo mundo, mas principalmente pelo Brasil […] Muita gente indo aos postos de saúde e passando mal, achando que estão doentes, desmaiam nas filas, e é fome […]”, disse com a voz embargada.
“Não há como você não se emocionar com uma situação dessa. Pessoas do Rio Grande do Norte comendo restos de animais, então esse é um momento difícil. Não adianta salvarmos as pessoas do coronavírus e matarmos de fome”, completou o secretário.
Exaustão
Leo Prates também afirmou que mais de 2 mil trabalhadores da área de saúde, que prestam serviços ao município, estão de licença médica por exaustão e Covid-19.
“Quero externar a minha solidariedade aos profissionais de saúde. Nós estamos com o sistema bastante prejudicado, além de todas as pressões, há muitos profissionais que estão de licença por ‘n’ motivos. Nunca tivemos um número tão alto, tanto que o prefeito me autorizou novas contratações para substituir aqueles afastados”, finalizou.
Na manhã desta segunda, 35 pessoas diagnosticadas com Covid esperavam uma transferência para leitos clínicos e de UTI destinados exclusivamente para atender esses casos. Desse total de pacientes, 6 são crianças e duas delas precisam ser encaminhadas para uma UTI.
Fonte: BNews