“Sem arte e a educação nenhum ser humano será liberto, nenhum ser humano terá o peito aberto para a vida”, disse o coordenador do Centro de Cultura Nando Zâmbia, parceiro da Prefeitura de Alagoinhas no Sarau da Alegria, realizado pela Secretaria de Assistência Social (SEMAS). O evento reuniu pessoas em situação de rua assistidas pela Casa de Acolhimento Municipal em apresentações artísticas, com exposição de obras na Sala Auristela Sá.
De acordo com a diretora de Inclusão e Promoção Social da SEMAS, Emanuele Lopes, o Sarau foi um desdobramento de alguns encontros preparatórios, quando a direção do Centro de Cultura comprou a ideia e abriu o espaço. “O Sarau da Alegria brotou de nossos acolhidos que tinham algum tipo de interesse artístico e cultural”, relatou. “É pela arte e pela cultura que também podemos potencializar a autonomia e a emancipação”, complementou a diretora, reiterando a importância do acesso à cultura e ao lazer para as pessoas em situação de rua. “Nós temos artistas dentro da Unidade de Acolhimento, que estão aqui hoje expondo os seus trabalhos!”
“Essa parceria entre o Centro de Cultura e a SEMAS, nesse panteão de potenciais que são essas pessoas que outrora estavam esquecidos, é o que mostra a potência da arte. A união dentro do campo subjetivo, a partir do ser humano e dentro do ser humano. Se a arte não libertar nada mais liberta”, afirmou o coordenador do Centro de Cultura. “Estar aqui dentro desse espaço, com todo o cuidado para que esses artistas que estavam no anonimato se expressem é transformador. Existe uma chave que mexe na autoestima e no autorreconhecimento, que mexe na relação de si consigo mesmo que pode fazer toda a diferença”.
Foi o que aconteceu com Carlos André Marques Bezerra, natural de Recife, que “se jogou no mundo em busca de um sonho. Ele contou que essa foi a primeira vez em que ele participou de uma Exposição e o quanto esse fato o entusiasmou. “Eu tenho um sonho em minha vida, de buscar minha felicidade, e a arte representa meus sonhos. A arte sem sentimentos não é arte, é um papel jogado na parede. Cada arte dessa é um sentimento guardado no meu coração”, disse, lembrando que já trabalhou com teatro, em 1984, mas aconteceu um incêndio “e fiquei traumatizado”.
“A Prefeitura e a casa de apoio estão me dando uma oportunidade que eu nunca tive na minha vida. Essa arte representa a nossa superação das dificuldades, pulando muros e passando por rios profundos”, finalizou o artista e acolhido.
Fonte : SECOM/Alagoinhas