Ex-chefe do Departamento Nacional de Obras contra a Seca na Bahia (Dnocs), o advogado especialista em direito eleitoral Lucas Maciel Lobão Vieira voltou a ser alvo da Polícia Federal nesta quarta-feira (12), em operação deflagrada nas primeiras horas do dia. A suspeita da investigação é de que houve o desvio de máquinas e implementos agrícolas do pátio da Coordenação Estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia (Cest-BA) entre 2019 e 2021.
Os agentes cumprem 11 mandados de busca em Salvador, Simões Filho e América Dourada, no interior baiano. De acordo com o site Metrópoles, Lucas é o principal alvo da ação. O ex-coordenador do órgão já é investigado na Operação Overclean, que desvendou um esquema bilionário de corrupção no DNOCS. Ele chegou a ser preso no fim do ano passado por suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Ao todo, há a suspeita de uma movimentação de cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.
Na operação deflagrada nesta quarta, segundo a publicação, as evidências apontam para um esquema envolvendo servidores do órgão e particulares, que desviavam máquinas e implementos agrícolas destinados a associações de agricultura familiar. Em vez de serem entregues aos beneficiários legais, os equipamentos eram vendidos ou direcionados a terceiros, configurando, em tese, o crime de peculato.
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Para viabilizar os desvios, os envolvidos teriam forjado documentos administrativos e justificado a retirada dos equipamentos do pátio do DNOCS de forma fraudulenta. No entanto, as investigações da PF revelaram que as associações de produtores rurais indicadas nos registros não tinham conhecimento da operação.
As ordens foram expedidas pela Justiça Federal de Salvador e a operação contou com a participação de 35 policiais federais. Ao menos uma máquina agrícola foi apreendida.
Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Valdomiro Lopes/CMS