Quatro empresas que fabricam produtos para saúde animal interessadas em produzir o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para produção de imunizantes contra a covid-19 foram notificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A proposta de uso de plantas industriais para a produção de imunizantes contra o novo coronavírus foi apresentada pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da Comissão Temporária do Senado, e discutida em audiência pública, nesta quinta-feira (8).
“Não podemos, de forma alguma, negligenciar essa oportunidade, sob pena de entrarmos para a história como pessoas que nada fizeram para ajudar quando o povo estava morrendo”, disse Fagundes.
Na ocasião, a diretora-adjunta da Anvisa, Meiruze Souza Freitas, afirmou que foi solicitado aos laboratórios, vinculados ao Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos para Saúde Animal (Sindan), uma primeira avaliação sobre capacidade e estrutura de produção. A agência também pediu relatórios internos de auditoria e destacou que apesar da necessidade de adaptações que exigem investimentos, a medida não deve ser descartada.
“No momento, a Anvisa aguarda as informações dessas empresas para continuar o andamento do processo. Já nos reunimos com o Ministério da Agricultura. A partir desse primeiro mapeamento, teríamos uma ideia da necessidade de adequações ou não, em especial também envolvendo o setor farmacêutico do Brasil, colocando essas empresas em contato, já agendando reuniões envolvendo os dois setores, em especial também o setor de laboratórios nacionais”, disse em discussão no Senado.
Entre as plantas laboratoriais com classificação NB3+ que podem, com pequenos ajustes, produzir vacinas contra a covid-19, estão a Merck Sharp & Dohme, Ceva Brasil e a Ouro Fino, que exporta produtos para vários países.
Na ocasião, o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias, Emílio Salani, disse que já foi feito o levantamento de todas as empresas que estão com disponibilidade para produzir vacinas contra o novo coronavírus, além disso, acrescentou que informações já foram disponibilizadas ao Ministério da Agricultura e à Anvisa.
“Nós temos capacidade de produzir um volume significativo de vacinas. Iniciamos agora, em maio, uma vacinação contra a aftosa de 200 milhões de doses. Essa vacina já está produzida. Conseguimos não só produzir como distribuir. Se considerarmos as quatro vacinas obrigatórias do Ministério de Agricultura, nosso volume anual é em torno de 600 a 700 milhões de doses distribuídas e indivíduos vacinados”, afirmou.
Por: Redação BNews