Pai e filho obrigavam mulheres traficadas a tatuar sobrenome deles, diz PF

O empresário Bruno Nunes Ramires e o pai, Geverson Luiz Bittencourt Ramires, foram indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de tráfico de pessoas, cárcere privado, estupro, tortura, lesão corporal e redução a condição análoga à de escravo, cada um com sua conduta. Em outubro do ano passado, os dois foram alvo da Operação Sedução, que investiga o tráfico internacional de pessoas. As informações são do jornal Gaúcha ZH.

De acordo com as investigações, as vítimas seriam obrigadas a tatuar o sobrenome do empresário nas costas, para impedir que elas se desligassem dele. A tatuagem também promovia sua “marca” para os usuários de sites pornográficos.

Conforme a PF, as investigações tiveram início em setembro, após uma vítima brasileira ter escapado de um agressor e se refugiado na Embaixada do Brasil em Minsk, na Bielorrússia. A vítima, de 18 anos, natural de Lageado e com residência em Porto Alegre, vinha sofrendo abusos psicológicos e físicos de cunho sexual, sendo obrigada a se expor em práticas sexuais transmitidas ao vivo através da internet.

Bruno foi preso em Minsk, pela polícia bielorrussa, em outubro, após sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol. O pai dele responde em liberdade. Em nota ao jornal Gaúcha ZH, Juliano Spagnolo, advogado dos acusados, classificou o indiciamento de “absurdo”.

“A defesa irá tomar as medidas judiciais cabíveis a partir deste absurdo indiciamento, efetuado após 10 meses de investigação, a partir, única e exclusivamente, da versão fantasiosa apresentada pela pretensa vítima que era a namorada de Bruno na época dos eventos narrados, fato que é, inclusive, admitido pela própria. O indiciado sofre com uma prisão injusta e ilegal desde que retornou extraditado ao Brasil e a sua inocência restará plenamente demonstrada no curso do processo”, diz a nota da defesa.

 

Fonte ISTOÉ